segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscar 2010


Oscar 2010 premia drama militar e Bigelow é rainha da noite
08 de março de 2010  02h49  atualizado às 05h08



A diretora Kathryn Bigelow com equipe do filme 'Guerra ao Terror', vencedor de 6 Oscars Foto: Kevin Winter/Getty Images
Kathryn Bigelow com a equipe de seu filme 'Guerra ao Terror' o grande vencedor da noite com seis Oscar
Foto: Kevin Winter/Getty Images
Não, desta vez James Cameron não pôde subir ao palco para mais uma vez gritar que era "o rei do mundo" ou, quem sabe, o rei de Pandora, satélite onde se passa o seu arrasa-quarteirão Avatar. Em lugar dele, sua ex foi a grande figura da cerimônia e fez história - já que, na bilheteria, Cameron é rei. A rainha da noite foi a diretora Kathryn Bigelow, que um dia já foi mulher de Cameron e hoje, sem ele, é vencedora do Oscar com uma produção modesta sobre personagens americanos na Guerra do Iraque.
Com Guerra ao Terror, Kathryn e seus companheiros de equipe conseguiram seis estatuetas durante a noite, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro para Mark Boal, Melhor Edição de Som, Melhor Som e Melhor Montagem.
Cotado como um dos favoritos (apesar de sua alma de telefilme), em razão de vários outros prêmios que já havia embolsado - entre eles o Bafta, o Oscar inglês-, Guerra ao Terror tenta disfarçar caminhos ideológicos ao retratar o drama pessoal de um desarmador de bombas a serviço do exército americano que ocupa o Iraque. Não vai muito além desse espaço narrativo do anti-herói que, apesar de toda a carga explosiva que ele carrega em seu espaço público e privado, se veste sempre de vítima.
Avatar, que também estava sendo aguardado para receber vários prêmios, terminou a noite com os Oscar técnicos de Direção de Arte, Fotografia e Efeitos Especiais.
Entre os momentos mais emocionantes da noite, pontua-se o Oscar de Melhor Ator para Jeff Bridges, o "Dude" que todos em Hollywood parecem amar, mas que nunca havia recebido o devido reconhecido da Academia - ele que já havia sido indicado outras quatro vezes.
Igualmente lacrimejante foi o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Mo'nique, a mãe bruta e brutalizada dePreciosa. Assim como aconteceu quando Bridges ganhou o prêmio, Mo'nique foi aplaudida de pé no que pareceu ser um consenso sobre sua interpretação imbatível em Preciosa. Os demais prêmios que levaram a chique e recatada audiência do evento a se levantar para aplaudir foram o de Melhor Direção para Bigelow e o de Melhor Atriz para Sandra Bullock.
Aliás, nesta última categoria, algo estranhamento curioso - e talvez sintomático de um certo distúrbio bipolar hollywoodiano - se concretizou quando Bullock subiu ao palco para receber o prêmio. Ela, que 24 horas antes estava no Framboesa para receber o prêmio de pior atriz do ano por Maluca Paixão, levou o Oscar por sua atuação em Um Sonho Possível. Viver Leigh Anne Tuoh - a mãe de família e empresária que, no alto de sua riqueza, decidiu adotar um jovem negro e o encorajar na carreira de jogador de futebol americano - fez com que Bullock saisse da cerimônia acompanhada do cobiçado rapazinho dourado.
Há quem diga que o papel de Leigh Anne está para Bullock assim como Erin Brockovich estava para Julia Roberts. As semelhanças são muitas: Leigh Anne, que deu o Oscar a Bullock, e Brockovich, que deu o Oscar a Roberts, são duas mulheres reais que, mesmo acostumadas a um cotidiano de poucas resoluções extremas, conseguiram ficar conhecidas por seus momentos altruístas.
Em tempo: para Meryl Streep, coerentemente chamada de "simplesmente a melhor" por seu colega de filme (Julie & Julia) Stanley Tucci, restou o título de "amante" de Sandra Bullock, que lembrou do beijo que as duas deram este ano durante a cerimônia do Critic's Choise Awards.
Confira então os melhores, piores e mais bizarros momentos da noite:
Maior surpresa
Estava mais do que certo no caderninho de apostas de todo mundo que A Fita Branca, de Michael Haneke, ia levar Melhor Filme Estrangeiro. Mas eis que o envelope se abre e o nome anunciado é o de O Segredo de seus Olhos, filme argentino que desbancou o favorito concorrente alemão, dono da Palma de Ouro em Cannes em 2009.
Melhores piadas
Avatar no palco - Ben Stiller perde o estilo, mas não perde a piada de jeito nenhum. Vestido de smoking, ele podia passar despercebido não entrasse em cena como um Na'Vi, o alienígena azul de Avatar. E na hora de finalmente anunciar o vencedor na categoria Maquiagem, eis que seu rabo começa a atrapalhar o pronunciamento. Boa sacada do humorista.
Terror na cama - Steve Martin e Alec Baldwin brincando de Atividade Paranormal foi certamente um dos melhores momentos da noite. A dupla, que estava bem sincronizada, provou que filme de horror mesmo é dormir mal acompanhando.
Maiores micos
O sumiço de Farrah Fawcett - esqueceram de citar, no obituário que a Academia apresenta todo ano, o nome da eterna Pantera. Mico grande para a Academia.
Fora de tempo - a cerimônia começou atipicamente atrasada este ano e, para um evento que se alonga pela noite, qualquer minuto fora de hora não é bem-vindo.
Casal de Crepúsculo - Kristen Stewart e Taylor Lautner apresentaram um tributo aos filmes de terror. Mas, para desconforto de ambos os atores, a música de fundo não baixou quando os dois começaram a ler o teleprompter. Kristen, nervosa, não parecia nada à vontade na missão e até tossiu no meio do anúncio.
Números musicais no palco - ok, esse costuma ser o momento de pegar algo na geladeira, mas este ano os números musicais que apresentaram os indicados a melhor trilha sonora original foi entediante além da cota e da conta.
Confira a lista de todos os vencedores:
Melhor Filme
Guerra ao Terror de Kathryn Bigelow, Mark Boal, Nicolas Chartier e Greg Shapiro
Melhor Direção
Kathryn Bigelow, Guerra ao Terror
Melhor Atriz
Sandra Bullock, Um Sonho Possível
Melhor Ator
Jeff Bridges, Coração Louco
Melhor Atriz Coadjuvante
Mo'Nique, Preciosa - Uma História de Esperança
Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz, Bastardos Inglórios
Melhor Filme Estrangeiro
O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella (Argentina)
Melhor Animação
Up - Altas Aventuras - Pete Docter
Melhor Direção de Arte
Avatar - Rick Carter e Robert Stromberg
Melhor Fotografia
Avatar - Mauro Fiore
Melhor Figurino
The Young Victoria - Sandy Powell
Melhor Montagem
Guerra ao Terror - Bob Murawski e Chris Innis
Melhor Maquiagem
Star Trek - Barney Burman, Mindy Hall e Joel Harlow
Melhor Trilha Sonora
Up - Altas Aventuras - Michael Giacchino
Melhor Canção Original
The Weary KindCoração Louco - Ryan Bingham e T Bone Burnett
Melhor Roteiro Original
Guerra ao Terror - Mark Boal
Melhor Roteiro Adaptado
Preciosa - Uma História de Esperança - Geoffrey Fletcher
Melhores Efeitos Visuais
Avatar - Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham e Andrew R. Jones
Melhor Edição de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson
Melhor Mixagem de Som
Guerra ao Terror - Paul N.J. Ottosson e Ray Beckett
Melhor Documentário
The Cove - Louie Psihoyos e Fisher Stevens
Melhor Documentário em Curta-Metragem
Music by Prudence - Roger Ross Williams e Elinor Burkett
Melhor Curta-Metragem
The New Tenants - Joachim Back e Tivi Magnusson
Melhor Curta-Metragem de Animação
Logorama - Nicolas Schmerkin

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dias mais curtos...


"E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias." (Mateus 24.22)


Terremoto no Chile pode ter encurtado duração dos dias, diz Nasa


Washington, 2 mar (EFE).- O forte terremoto que atingiu o Chile no último fim de semana pode ter movido o eixo da Terra e encurtado a duração dos dias, segundo cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa).
O pesquisador Richard Gross e seus colaboradores do Laboratório de Propulsão da Nasa avaliaram, com a ajuda de computadores, de que forma o abalo de 8,8 graus na escala Richter poderia ter alterado a rotação do planeta.
  • Especial Terremoto no Chile

  • De acordo com o estudo, o tremor fez com que um dia na Terra passasse a ter 1,26 microssegundos - um microssegundo é a milionésima parte de um segundo - a menos.
    Além disso, os cientistas chegaram à conclusão de que o eixo da Terra - sobre o qual a massa do planeta se mantém equilibrada e que é diferente do eixo norte-sul, de polo a polo - mudou em 2,7 milissegundos (cerca de oito centímetros).
    Ainda segundo o cientista, o mesmo modelo de cálculo foi usado para fazer a mesma avaliação no caso do terremoto que atingiu a ilha de Sumatra (Indonésia) em 2004. Por causa daquele tremor de 9,1 graus na escala Richter, os dias foram reduzidos em 6,8 microsegundos, e o eixo do planeta sofreu redução de 2,32 milisegundos - cerca de 7 centímetros.
    Gross afirmou que apesar do terremoto no Chile ter sido menor do que aquele, provocou mais alteração no eixo terrestre por ter ocorrido mais longe da linha do equador, e porque a falha geológica na qual aconteceu o terremoto chileno foi mais profunda e ocorreu em um ângulo ligeiramente mais acentuado do que a responsável pelo terremoto de Sumatra. EFE.